para na esquina, olha pra cima verde ainda... a frente vermelho. espera... pode ser semáforo, há quem chame sinaleiro, sinal... ainda vermelho, encima verde, os carros seguem... pra onde? quanto carro tem nessa cidade!? a mulher do outro lado... tá chorando? enchergava melhor quando mais novo... verde encima, vermelho a frente... a mulher está lá parada... olhando pro nada... nada? pra onde? não sabe... são tantos andares nesse prédio em que está em frente... vermelho a frente, verde acima... os carros passam... o sapato tem uma mancha... nem vale a pena baixar... passa na barra da calça... a mulher lhe sorri... não... tem um jovem a sua esquerda... bem apessoado... outro homem, agora a direita, fala ao celular... a conta! esqueceu-se de pagar! o aplicativo... depois que chegar... a mulher faz um gracejo... o homem da direita também pensou que fosse com ele... um rapaz de bicicleta quase lhe esbarra ao passar perto de mais da sarjeta... o homem da direita balança negativamente a cabeça... esse semáforo nunca abre! verde a cima, vermelho a frente... um garoto de fone de ouvido ao lado da mulher... esses jovens vão acabar todos surdos... aH! abriu! o sinal tá verde! a frente!

e tudo se apaga sobre a faixa...

Erick Rijo Jr prosa